sexta-feira, 11 de novembro de 2011

MURUCUTU

NÃO PERCAM! Amanhã é dia de Murucutu!
Às 15:00 hr, Colégio Costa e Silva, Ribeira.
R$ 3,00.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

MURUCUTU - O que não nos contaram?

   
Marca - por Laís Prado


Em Murucutu, O que não nos contaram?! O principal objetivo é levantar questões como o papel do índio e o folclore brasileiro, indagando aquilo que nos contaram, as estórias e os mitos que nos foram passados ao longo da vida.

A história é narrada por um jovem índio e se passa na floresta, onde também é preparada uma festa para o Bumba-meu-boi que sumiu. Matintaperê, sabe onde o boi está e informa que ele não morreu, está escondido e que para achá-lo todos terão que buscar nos reinos (elementos da natureza), adivinhas para compor a palavra-chave que trará o boi de volta para que aconteça a festa. Pra cumprir essa missão, personagens um tanto quanto emotivos (Potira), sensitivos (Preto Velho), surpreendentes (Mula-sem-cabeça), encantadores (Iara), atrapalhados (Caipora) e tenebrosos (Matinta Pereira) se juntam para desvendar esse mistério que rende boas risadas e nos contam a história de uma forma diferente.

A peça mistura elementos da cultura popular com o folclore brasileiro,além de uma pitada da literatura indianista,com o objetivo principal de mostrar as diferenças e acima de tudo,respeitá-las.

domingo, 31 de julho de 2011

Ensaio - 30/07/11

Por Venâncio Pereira

Dia de explorar nossos corpos com a oficina feita por Laís. Primeiro começamos com uma concentração pra preparar nossos corpos, perguntando como nos sentimos. Em seguida uma saudação ao sol com muito alongamento para melhorar nossa respiração e nosso condiciinamento fisico. Com música soltamos nossos corpos sem respeito aos limites fisicos. No final, com corpos suados,  montamos  a cena em que o Índio conta a história do Caipora.
E você. Como se sente agora?
Dedico essa postagem a todos que fazem de Muructu a realização de um sonho.
  Sei que ainda não estreiamos.E ás vezes alguns podem pensar que só por ensaiarmos uma vez na semana,e mesmo assim umas 3 horinhas,estamos longe disso.Digo que já estivemos mais longe,quando no início éramos 5 ou 6.Vimos algumas pessoas entrarem,darem um pouco de si e involuntariamente alimentarem um pouco do nosso desejo,e depois essas mesmas sairem.
  Cada um tem seus deveres como filho,irmão,marido,amigo...Mas quando firmamos um compromisso,temos ir com ele até o fim.Eu sempre sonhei em fazer teatro,coisa de sonho de infância mesmo,mas nunca tive essa oportunidade.Entrei no grupo com uma mão na frente e a outra atrás,e acho que ainda continuo assim.Sou total iniciante,mas sinto que cresço a cada ensaio,a cada oficina.Conheço cada vez mais os meus limites,minhas habilidades  que muitas vezes duvidei ter,tenho a felicidade de conhecer minha capacidade e minhas deficiências e acredito que com todos seja assim.
  Eu só peço á todos,que continuem firmes nesse compromisso.Problemas pessoais todos nós temos,é compreensível que faltemos uma vez,porém,quando isso se torna rotina,fica difícil do trabalho evoluir.Acredito que o teatro mexe muito com sonhos.Desde o diretor que quebrou a cabeça para escrever a peça e que muitas vezes duvidou se aquele esforço seria recompensado.Passando pelo artista que sempre quis ser reconhecido pelo seu talento.E por último,mas não menos importante,o público,muitas pessoas não têm essa chance de frequentar o teatro,muitas até nunca foram em um e por ser uma peça gratuita,aproveitam essa oportunidade para conhecer esse mundo fantástico,que é alimentado por sonhos.

Por Victoria Leão

terça-feira, 26 de julho de 2011

As Lágrimas de Potira

Por: Brenda Ramos

 
Muito antes de os brancos atingirem os sertões de Goiás, em busca de pedras preciosas, existiam por aquelas partes do Brasil muitas tribos indígenas, vivendo em paz ou em guerra e segundo suas crenças e hábitos. Numa dessas tribos, que por muito tempo manteve a harmonia com seus vizinhos, viviam Potira, menina contemplada por Tupã com a formosura das flores, e Itagibá, jovem forte e valente. Era costume na tribo as mulheres se casarem cedo e os homens assim que se tornassem guerreiros. Quando Potira chegou à idade do casamento, Itagibá adquiriu sua condição de guerreiro. Não havia como negar que se amavam e que tinham escolhido um ao outro. Embora outros jovens quisessem o amor da indiazinha, nenhum ainda possuía a condição exigida para as bodas, de modo que não houve disputa, e Potira e Itagibá se uniram com muita festa. Corria o tempo tranqüilamente, sem que nada perturbasse a vida do apaixonado casal. Os curtos períodos de separação, quando Itagibá saía com os demais para caçar, tornavam os dois ainda mais unidos. Era admirável a alegria do reencontro! Um dia, no entanto, o território da tribo foi invadido por vizinhos cobiçosos, devido à abundante caça que ali havia, e Itagibá teve que partir com os outros homens para a guerra. Potira ficou contemplando as canoas que desciam rio abaixo, levando sua gente em armas, sem saber exatamente o que sentia, além da tristeza de da tristeza de se separar de seu amado por um tempo não previsto. Não chorou como as mulheres mais velhas, talvez porque nunca houvesse visto ou vivido o que sucede numa guerra. Mas todas as tardes ia sentar-se à beira do rio, numa espera paciente e calma. Alheia aos afazeres de suas irmãs e à algazarra constante das crianças, ficava atenta, querendo ouvir o som de um remo batendo na água e ver uma canoa despontar na curva do rio, trazendo de volta seu amado. Somente retornava à taba quando o sol se punha e depois de olhar uma última vez, tentando distinguir no entardecer o perfil de Itagibá. Foram muitas tardes iguais, com a dor da saudade aumentando pouco a pouco. Até que o canto da araponga ressoou na floresta, desta vez não para anunciar a chuva mas para prenunciar que Itagibá não voltaria, pois tinha morrido na batalha. E pela primeira vez Potira chorou. Sem dizer palavra, como não haveria de fazer nunca mais, ficou à beira do rio para o resto de sua vida, soluçando tristemente. E as lágrimas que desciam pelo seu rosto sem cessar foram-se tornando sólidas e brilhantes no ar, antes de submergir na água e bater no cascalho do fundo. Dizem que Tupã, condoído com tanto sofrimento, transformou suas lágrimas em diamantes, para perpetuar a lembrança daquele amor.